sábado, 18 de junho de 2016

Homilia dominical



O Evangelho deste décimo segundo domingo do tempo comum nos diz: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará" (Lc 9, 23-24)

A vida do verdadeiro cristão não é apenas ir a missa e voltar para sua vida sem comprometimento com os outros, sem cruz, sem dificuldades. Assim como Não existe Jesus sem cruz, assim também o cristão verdadeiro não será feliz fugindo de suas cruzes. Parece até contradição: como posso ser feliz abraçando algo negativo que é uma cruz?! Mas, a cruz para o cristão pode ser difícil, mas não deve ser vista como algo negativo. Cuidar dos que precisam de nós, se não é uma missão fácil então é em certo sentido uma cruz, mas que deve ser abraçada com amor, sem peso ou desgosto.

Zacarias na primeira leitura escreve: “olharão para aquele que transpassaram” (Zacarias 12, 10). Esta parte nos remete a Jesus em cuja crucificação teve seu coração transpassado pela lança. O verdadeiro cristão é aquele que tem também o seu coração transpassado como o de Jesus. Mas em que sentido? Como podemos ter nosso coração transpassado? Quando nosso coração não é incessível, mas passamos a sentir com os outros, ter os mesmos sentimentos dos irmãos. Se vemos irmãos e irmãs crucificados pelas necessidades materiais ou espirituais não deveríamos ter nosso coração gelado diante deles. Algo nos lançará ao encontro sem estarmos acomodados e pensar que basta ir a missa e rezar de modo pessoal sem lembrar dos que sofrem.
Na segunda leitura São Paulo nos fala: O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo” (Gálatas 3, 28). Se de fato somos um só, embora sendo diferentes, não poderíamos deixar de sentir com a dor dos outros. Assim como quando um membro do nosso corpo físico é ferido todo o corpo sente, assim na igreja deveríamos sentir juntos com os que sofrem. Às vezes, alguém de nossa paróquia deixa de ir a missa por alguma razão e nem sentimos falta, não visitamos, não buscamos saber o motivo. Neste sentido nossos irmãos evangélicos estão mais a frente; não será por isso que muitos católicos passam para as igrejas protestantes, por causa da acolhida?

Oração: Senhor, ensina-nos a não fugir da nossa cruz, a não ver a cruz como algo negativo. Que o nosso coração possa ser semelhante ao vosso que transpassado foi transpassado por amor a nós no calvário. Ensina-nos, ó Cristo, a não ter medo de que nosso coração seja transpassado também pelo amor aos irmãos que sofrem com o peso de suas cruzes. Tira, Senhor, a indiferença e frieza de nosso coração. 

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